Ime entre cafeicultores e Grão Verde teve início em agosto de 2020, quando o armazém deixou de pagar produtores por operações de compra, venda e armazenagem de café. Produtores de café seguem ser receber de empresa em Muzambinho após quase um ano e meio
Depois de um ano e quatro meses, os cafeicultores de Muzambinho ainda não receberam o valor total da Grão Verde pelas sacas de café armazenadas na cooperativa. O ime começou em agosto do ano ado, quando o armazém deixou de pagar os produtores pelas operações de compra, venda e armazenagem de café.
Em maio deste ano, foi realizada audiência de conciliação, onde ficou decidido que a dívida desses produtores seria paga, mas de forma parcelada. O pagamento ficou acordado em três parcelas: 20 de junho – R$ 1,6 milhão, 10 de julho – R$ 1 milhão e 10 de setembro – R$ 1,1 milhão.
"Depois disso, que houve esse não pagamento, não recebemos nenhum tipo de resposta oficial da empresa com relação a isso. O produtor vai ficando revoltado, porque ele precisa de dinheiro. E vai ficando desacreditado da Justiça também", destaca o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Rodrigo de Almeida Machado.
Maria Rosa, uma das produtoras, precisa receber quase R$ 600 mil. Depois de quase um ano e meio, ela ainda não recebeu nenhum tipo de acerto.
"No nosso caso, nós colocamos 464 sacas de café lá e nós já tínhamos compromisso com esse café para pagar uma dívida. Então, nós não tínhamos vendido para ele e o café nem estava armazenado lá, era só um aluguel que a gente pagaria, R$ 5 por saca de aluguel, durante cinco dias. Nesses cinco dias o golpe aconteceu", destacou a produtora Maria Rosa Madeira Lourenço.
Produtores seguem sem receber por sacas de café de empresa de Muzambinho, MG
Reprodução/EPTV
Os únicos cafeicultores que receberam dinheiro foram aqueles em que as dívidas não avam dos R$ 20 mil reais. O problema é que muitos ainda contavam com o pagamento ainda este ano pra investir na próxima safra.
"Os recursos que a gente tem ficou tudo lá, então, é complicado. Você acaba não investindo na lavoura e não dá investimento também. Enquanto isso o prejuízo vai prolongando", falou o produtor José Lúcio de Melo.
"Eu vendi um trator e vendi um carro também, além de um financiamento no banco também. As coisas subiram demais e não teve esse recurso, ai complicou a situação", completou o produtor, sobre precisar vender bens para sanar dívidas.
O José Francisco chegou a receber R$ 6 mil ainda em junho. Mas ele tinha 37 sacas armazenadas.
"Foi feito um acordo, um valor até pouco baixo. Eu recebi R$ 6 mil, mas muitos não receberam nada", disse José Francis Soares.
Desde o ano ado, 370 produtores esperam uma resposta sobre o recebimento.
"É um sentimento de tristeza, de agonia, de lamento, de imaginar o quanto a gente trabalha, o quanto a gente faz, peleja para cuidar do nosso nome, dos nossos compromissos, para ser responsável com os compromissos que a gente tem. E, de repente, quem não tem responsabilidade nenhum fica "de boa", fica no "bem bom" e a gente sofrendo muito", finalizou a produtora Maria Rosa Madeira Lourenço.
A produção da EPTV, afiliada Rede Globo, fez contato com o da Grão Verde, Claudinei Montever. Ele informou que o pagamento deve ser finalizado até o final de janeiro do ano que vem. Segundo ele, já foram pagos 4,6 milhões até o momento.
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