"A PolÃcia Federal entende pertinente esse afastamento, afim de que a saúde financeira da FCTE, mantenedora da Unincor, não continue sendo prejudicada e também anti fatos que apontam a possÃvel prática de crimes por parte dos dirigentes da fundação nessa aludida prestação de contas", disse o delegado da PolÃcia Federa, João Carlos Girotto.
Segundo as investigações da PF, pequena parte do dinheiro obtido através das mensalidades dos estudantes iam para a universidade. A maior parte ia para empresas de cobranças, que reavam os valores para uma outra "empresa mãe", a FisMinas, que funcionava dentro do gabinete da Unincor em Belo Horizonte.
PolÃcia Federal
pede
afastamento de
diretores de
fundação alvo de
operação
em Três Corações

Da FisMinas, conforme a polÃcia, o dinheiro seguia para outras empresas ligadas a diretores da fundação que mantém a Unincor e também de outras pessoas que estão sendo investigadas na operação.
"Eram utilizadas diversas empresas de cobrança, justamente para não chamar a atenção dos órgãos de fiscalização. Detectamos três empresas no curso de investigação, ao final uma quarta foi apontada e agora ante o cumprimento das ordens judiciais, há indicativo de uma quinta empresa de cobrança, separando esses valores. Esse dinheiro arrecadado, pouca parte ia para a Unincor e seguia um fluxo contÃnuo, entre empresas vinculadas aos investigados, a FisMinas que era a empresa mãe, que controlava efetivamente o branqueamento de valores e contas pessoais de pessoas vinculadas à atividade ilÃcita", disse o delegado.
Uma assembleia do Sindicato dos Professores da rede particular de ensino está programada para acontecer nesta quarta-feira (9) para discutir a situação e até a possibilidade de greve.
A operação

A PolÃcia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (8) uma operação contra os crimes de desvio e lavagem de dinheiro em uma instituição de ensino superior e sua mantenedora. Segundo a PF, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em Varginha, Três Corações, Conceição do Rio Verde, Contagem, Nova Lima e Belo Horizonte, além de outras ordens judiciais de apreensão em desfavor de pessoas fÃsicas e jurÃdicas.
Os investigados da ação da PF são a Universidade Vale do Rio Verde (Unincor) e a Fundação Comunitária Tricordiana de Educação (FCTE). A operação foi nomeada de "J"Adoube". O nome faz referência a um termo utilizado no jogo do xadrez que significa "eu arrumo", para indicar que os investigados criavam empresas para desvio de valores e consequente lavagem de ativos.
Segundo a PF, durante as investigações foi apurado que a fundação tinha grande volume de débitos tributários e previdenciários com a União já vencidos. O valor era de cerca de R$ 92 milhões. Além disso, havia também dÃvidas trabalhistas de processos judiciais com trânsito em julgado, que não foram pagos.
Ainda de acordo com a PF, os dirigentes da FCTE e titulares de empresas criadas para atividades ilÃcitas teriam desviado valores das mensalidades dos cursos oferecidos, ao longo de mais de três anos. Estes valores deveriam ser incluÃdos nas contas da FCTE para o pagamento de encargos correntes e dÃvidas.
Sede da PolÃcia Federal, em Varginha
Os valores desviados eram referentes às mensalidades de alunos dos cursos de graduação e especialização da universidade oferecidos em diversos campi de Minas Gerais. A PF representou por 28 ordens judiciais, sendo 16 mandados de busca e apreensão nas cidades mineiras de Varginha (2), Três Corações (3), Conceição do Rio Verde (1), Contagem (2), Nova Lima (2) e Belo Horizonte (6), além outras ordens judiciais de apreensão especÃficas em desfavor de pessoas fÃsicas e jurÃdicas.

"O objetivo do grupo criminoso tinha duas frentes. O primeiro de evitar o bloqueio de valores por parte da união sob a alegação de que empresas de cobrança captariam as mensalidades e depois reariam para a fundação. E o segundo objetivo, a utilização de empresas para atividade fim de receber esses valores ilÃcitos desviados", explicou o delegado da PolÃcia Federal, João Carlos Girotto.
Os investigados poderão responder por crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa, cujas penas, somadas, podem chegar a 22 anos de reclusão, se condenados.

O que dizem
as instituiçõesEm comunicado oficial, a FCTE e a Unincor disseram que a operação ocorre devido a débitos trabalhistas e tributários deixados pelas gestões anteriores, que a gestão atual vem tentando sanar há mais de 10 anos.
No comunicado, as instituições também afirmam que estão à disposição da sociedade e da mÃdia para colaborar com quaisquer esclarecimentos necessários, pois prezam sempre pela transparência.