O Beato ficou conhecido pelos seus milagres de "causas impossíveis" e por sua infinita bondade para com a população Padre Victor foi beatificado em 14 de novembro de 2015 e seu processo de canonização pela Igreja Católica continua.
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Segundo o Papa Francisco, a santidade é o rosto mais bonito da Igreja, o aspecto mais belo: é redescobrir-se em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do seu amor.
"Então, compreende-se que a santidade não é uma prerrogativa só de alguns: é um dom oferecido a todos, sem excluir ninguém e, por isso, constitui o cunho distintivo de cada cristão", afirmou o Papa em audiência geral.
Em 1983, foi decretada por João Paulo II a normativa atual para a canonização. Salvo raras exceções, ela exige a comprovação de dois milagres para que alguém seja reconhecido oficialmente como santo. No caso da Irmã Dulce, por exemplo, o segundo milagre teria sido a cura de um homem cego, cuja identidade ainda não foi divulgada pelo Vaticano.
A Associação Padre Victor, localizada em Três Pontas (MG), tem por objetivo desenvolver o conhecimento da vida e da obra de Beato Padre Victor, como modelo de vivência cristã e sacerdotal, promovendo o seu Processo de Canonização. O Beato, cuja fama das virtudes ecoa em longínquas terras, era um jovem negro, escravo, que ava seus dias na Campanha (MG) do início do século XIX. Ele venceu todos os preconceitos e barreiras sociais, tornando-se o primeiro padre ex-escravo do Brasil.
O mês de setembro em Três Pontas (MG) é marcado com novena, celebrações e confissões em comemoração ao Aniversário de morte do Beato Padre Victor.
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Neste mês, o comumente conhecido como mês do beato, comemoram-se 117 anos da morte do Beato Padre Victor, que ficou em Três Pontas (MG) por 53 anos, até deixar este mundo, no dia 23 de setembro de 1905. A Festa do Beato Padre Victor recebe anualmente por volta de 40 a 50 mil pessoas. A novena acontece de 14 a 22 de setembro, com procissões pelas manhãs e missas no Santuário Diocesano Nossa Senhora D" Ajuda, local onde estão os restos mortais do Beato. A programação completa está no site da Associação Padre Victor.
A Associação solicita às pessoas que alcançaram graças e milagres, pela intercessão do Padre Victor, que mandem cartas relatando o ocorrido ou, se estiverem em Três Pontas, que procurem o Memorial Padre Victor para dar o seu testemunho. Assim, com a comprovação dos milagres que serão estudados pela Associação Padre Victor e, depois de comprovados, enviados para o Vaticano, na Itália, será possível a canonização e o reconhecimento mundial dos feitos do primeiro sacerdote negro do Brasil, Beato Padre Victor.
Trajetória de Padre Victor em Três Pontas (MG)
Desde que chegou a Três Pontas, o religioso reunia as crianças e ensinava o que sabia a cada uma delas. Ensinou-lhes música (e, se não tinha instrumentos musicais, pedaços de madeira, ferro e restos de casas se transformavam neles), francês, mas, principalmente, sobre o mundo de Deus.
Padre Victor tinha o propósito de converter as derrotas em vitórias, recorrendo a Deus e começando de novo.
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As crianças o adoravam. Em determinado momento, Padre Victor resolveu profissionalizar a educação e fundou uma escola, a primeira de Três Pontas. Ali reuniu filhos de gente simples e de gente rica para aprender de professores que trouxe de fora e dele mesmo. Deu aulas no Colégio Sagrada Família até quando a saúde lhe permitiu. Logo depois, iniciou a reforma da capela para se tornar a Igreja Matriz de Nossa Senhora D"ajuda, até hoje em pé em Três Pontas.
Para tornar esses planos realidade, foi preciso muito dinheiro. Mesmo precisando investir nas duas obras, Padre Victor não diminuiu seu lado caridoso e continuou dando tudo o que tinha para todos. De repente, o dinheiro começou a faltar e as dívidas se acumularam.
Uma denúncia foi feita ao Seminário de Mariana sobre os títulos não pagos (ainda) pelo padre de Três Pontas e Victor foi chamado a prestar contas ao bispo. Conta-se que, ao chegar na sala de Dom Viçoso, seu velho padrinho, Victor colocou seu chapéu na parede e ele permaneceu pendurado, mas no lugar não havia gancho para segurar o chapéu.
Apesar do espanto, Dom Viçoso manteve as palavras duras e quis entender o que estava acontecendo. Padre Victor explicou tudo o que estava fazendo, reconheceu seu erro istrativo e prometeu resolver a situação.
Em fevereiro de 2001, foi aprovada a POSITIO: Vida, virtudes e fama de santidade de Padre Victor, com aprovação dos historiadores da Congregação da Causa dos Santos, em Roma.
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Triste com sua desorganização financeira, Padre Victor voltou para Três Pontas com uma decisão drástica: iria pedir demissão da paróquia, já que um grande mal havia feito (sem querer) para aquela comunidade. Os moradores se espantaram com a possibilidade de perder o pároco querido e resolveram fazer algo.
Conta-se que, em uma noite, reuniram-se todos na porta da casa do padre e lhe entregaram um envelope com todas as suas dívidas quitadas. O povo mesmo reuniu dinheiro para isso e todos o fizeram prometer que não deixaria Três Pontas.
E ali Padre Victor permaneceu por 53 anos até deixar este mundo. Morreu no dia 23 de setembro de 1905, após ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Sua escola formou pessoas importantes para a região, como o primeiro bispo da Campanha, dom João de Almeida Ferrão, e o médico Samuel Libânio (que hoje dá nome ao hospital de Pouso Alegre – MG).
Mas sua bondade foi além e formou uma geração que pôde enxergar uma alma semelhante, apesar de todas as cores que pudessem nos separar como humanos.
"Ele estava acima das humilhações, perseguições. Ele via realmente com o olhar de Cristo", afirma Dom Diamantino.
Hoje, o processo de canonização continua, sob a orientação zelosa de Dom Pedro Cunha Cruz, atual bispo de Campanha (MG).
Ele nos convida "a celebrar o mistério da santidade na vida deste notável sacerdote que olhava as pessoas como Deus nos olha e quer que olhemos uns aos outros".
Serviço
Associação Padre Victor
Endereço: Praça Cônego Victor, 45, Três Pontas, MG
Telefone: (35) 3265-2627
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