
Nilo Baracho, vice-prefeito de Itajubá, MG — Foto: Divulgação/Prefeitura de Itajubá, foi preso por corrupção.
Entre os presos estão o vice-prefeito Nilo Baracho, um empresário e quatro es do Hospital de ClÃnicas de Itajubá.

MP, PolÃcia Civil e PolÃcia Militar faz operação contra corrupção em Itajubá, MG — Foto: Ministério Público
De acordo com a PolÃcia Civil, além das prisões, foram apreendidos dinheiro, joias, celulares, veÃculos e documentos.
As operações
As investigações são distintas, mas com um núcleo comum.
A operação Transfusão, comandada pelo Ministério Público, apura desvios de recursos públicos e privados do Hospital de ClÃnicas de Itajubá.
"Esses desvios eram realizados com conhecimento de uma parcela da diretoria do hospital e das instituições mantenedores e foram feitas em favor do atual secretário de Saúde, igualmente vice-prefeito.
Segundo apuração, que já redundou no oferecimento de uma primeira denúncia, por 71 vezes houve esse desvio, no montante total de R$ 1,4 milhão", disse o coordenador regional do Gaeco, Eduardo de Paula Machado.
Os desvios teriam sido consentidos por alguns dos es em favor do atual secretário de Saúde e vice-prefeito de Itajubá.
A denúncia atribuiu aos investigados os crimes de organização criminosa, peculato, corrupção ativa e ava e lavagem de dinheiro.
"Através de dois empresários eram emitidas notas fiscais "frias", sem que houvesse a venda real da mercadoria ou a prestação de um serviço e a partir daà eram realizados pagamentos que, convertidos em sua maioria em espécie, eram levados então ao vice-prefeito, outrora só secretário de Saúde", completou o promotor.
Operação Sepulcro Caiado
Já a operação Sepulcro Caiado, comandada pela PolÃcia Civil, investiga a prática de desvio de recursos públicos por superfaturamento de serviços de manutenção da frota veicular das Secretarias de Saúde, Educação e Obras de Itajubá.

MP, PolÃcia Civil e PolÃcia Militar faz operação contra corrupção em Itajubá, MG — Foto: Ministério Público
Ainda de acordo com a PolÃcia Civil, o municÃpio fazia o pagamento de serviços mecânicos que não eram realizados por meio da falsa inserção de notas fiscais de peças nunca utilizadas nos veÃculos.
Em contrapartida, agentes públicos recebiam valores para que os desvios pudessem ocorrer. Entre os agentes está o secretário de Saúde e vice-prefeito de Itajubá.
"O critério deveria ser objetivo com base em uma tabela, que determina o tempo gasto para cada tipo de serviço, onde a oficina deveria usar aquilo como parâmetro para cobrar da prefeitura.
Ao contrário, a empresa não observou essa tabela, ela cobrou alguns serviços valores 10 vezes superiores ao que deveria ser pago e a partir do momento que ela recebia, que era creditado os valores do municÃpio, esses valores eram repartidos entre alguns servidores municipais e familiares destes", disse o delegado Kallil Ribeiro Dias.
"A oficina foi aberta exclusivamente para prestar serviços para a Prefeitura de Itajubá, ela não prestava serviços a particulares.
A oficina superfaturava o serviço, esse valor era depositado pela prefeitura, os sócios dividiam partes entre eles, partes eram reados para dois servidores municipais, hora para familiares desses servidores, esses servidores realizavam saques e transferiam grande parte para o secretário de Saúde", completou o delegado.

Delegacia PolÃcia Civil Guaxupé (MG) — Foto: João Daniel Alves/EPTV
Por meio de nota, a prefeitura informou que "segue à disposição para colaborar com quaisquer investigações que apurem irregularidades.
A prefeitura conta com a imparcialidade dos investigadores para prosseguir com o trabalho sério desenvolvido nos três últimos anos".
Em nota divulgada nas redes sociais, o Hospital de ClÃnicas de Itajubá disse que o corpo clÃnico e os colaboradores do HCI acreditam na ação da justiça e no breve esclarecimento dos fatos.
O hospital também disse que as recentes notÃcias não vão interferir no atendimento da unidade.
Wellington Nazario, advogado de defesa do Hospital de ClÃnicas de Itajubá, disse que a instituição tem sofrido perseguições há meses com denúncias infundadas.
Ainda segundo ele, essas denúncias sempre foram esclarecidas à Justiça e ao Ministério Público.
O advogado também informou que todos os documentos solicitados pela investigação foram enviados e que o hospital "não tem nada a esconder".
O advogado Willys Vilas Boas Júnior, que defende Nilo Baracho e outros cinco investigados, informou que ainda não teve o aos autos do processo e, por conta disso, não pode se manifestar de maneira técnica e precisa sobre os fatos.