O ime começou em agosto de 2020, quando o armazém deixou de pagar os produtores pelas operações de compra, venda e armazenagem de café. Caso Grão Verde: após quase 2 anos, ainda tem produtor que não foi pago pela cooperativa
Vai completar 2 anos a luta de cafeicultores de Muzambinho (MG) e outras cidades da região para tentar receber o dinheiro das sacas de café que foram negociadas com a empresa de armazém Grão Verde. O ime começou em agosto de 2020, quando o armazém deixou de pagar os produtores pelas operações de compra, venda e armazenagem de café.
A estimativa é que cerca de 600 produtores não tenham recebido. No ano ado, foi feito um acordo judicial entre a empresa e os produtores, que previa o pagamento da dívida em três parcelas. No entanto, apenas 30% do valor da primeira parcela foi pago e as demais não foram cumpridas.
Segundo o Sindicato dos Produtores Rurais, muitos produtores sequer receberam parte da primeira parcela. O sindicato ingressou com ações de cumprimento de sentença e em uma decisão recente, a Justiça concedeu a indisponibilidade de um barracão da empresa que fica em Cabo Verde.
A expectativa é que esse barracão possa ser vendido ainda neste ano para pagamento de parte da dívida com os produtores.
"Além da certidão de indisponibilidade do imóvel, nós temos também a certidão de protesto para cada um dos envolvidos, réus, nessa ação de cumprimento de sentença. Além do que foi expedido ofício para o Banco Sicreed de Monte Belo para que ele e a entregar todas as operações realizadas pelos réus durante o curso da recuperação judicial também", disse o advogado do Sindicato dos Produtores Rurais, Elizando Magalhães.
Cafeicultores tentam receber dinheiro de sacas de café de empresa há 2 anos em Muzambinho
Ainda segundo o advogado, outros imóveis da empresa que possam já ter sido vendidos após o início do ime, podem ser revertidos.
"Cada um dos adquirentes dos imóveis do Claudinei, da Grão Verde, que fizeram a compra e venda durante o curso da recuperação judicial foram intimados e terão que trazer explicações em juízo. Logo que verificado que houve a má fé, serão indisponibilizados e voltarão para garantia e satisfação do crédito dos produtores rurais", disse o advogado.
Essa ação movida pelo Sindicato dos Produtores Rurais é apenas uma das ações. Dezenas de outros produtores também entraram com uma ação coletiva e fizeram um acordo com a empresa, que também não foi cumprido.
O que diz a defesa
O da Grão Verde, Claudinei Montever, não tem sido visto mais em Muzambinho. Segundo produtores, ele estaria comercializando café em outras cidades da região e até mesmo no Paraná.
Em dezembro do ano ado, ele disse à EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, que R$ 4,6 milhões tinham sido pagos até aquela época e que a expectativa é que o pagamento fosse finalizado até janeiro deste ano, o que não ocorreu.
O advogado de Claudinei informou que não quer dar um retorno neste momento e como o processo está judicializado, a defesa prefere se manifestar somente nos autos.