O paÃs atinge mais uma marca assombrosa um dia depois de registrar, pela primeira vez, mais de três mil mortes em apenas 24 horas. E num momento de colapso nos hospitais, tanto públicos quanto privados. UTIs superlotadas desafiam profissionais de saúde já esgotados.
Com dados novos de 10 estados (AL, BA, GO, MG, MS, MT, PR, RN, SP e TO) desde a véspera, o paÃs soma agora 300.015 óbitos. Casos confirmados de Covid-19 são 12.200.000 Casos
Os nÃveis de contágio seguem elevados, e governadores e prefeitos tentam conter o avanço do vÃrus com medidas mais duras de restrição. Ainda assim, o Brasil não chegou a viver nenhum tipo de lockdown completo, como ocorreu em outros paÃses. Sem direcionamento nacional efetivo para lidar com a pandemia, medidas de isolamento seguem sendo desrespeitadas em larga escala.
Esses números poderiam ser ainda maiores não fosse uma mudança no sistema de notificação de Ministério da Saúde – que as secretarias estaduais de saúdes dizem que será abandonada – que ou a exigir mais dados sobre cada vÃtima da doença no paÃs.
Essa mudança reduziu o número de mortes informadas nesta quarta. São Paulo, por exemplo, notificou 281 mortes no dia – a média até então, era de 532 mortes por dia. Na terça, foram 1.021. Mato Grosso do Sul informou 20 mortes, ante uma média diária de de 29. Em Santa Catarina, o setor responsável disse que a alteração gerou instabilidade e atraso das notificações.
Os dados abaixo indicam o quão preocupante é o cenário da pandemia no paÃs e podem ajudar a entender a necessidade de medidas urgentes:
- Os Ãndices de ocupação de leitos de UTI no Brasil têm 'quadro extremamente crÃtico'. Com exceção do Amazonas e de Roraima, todos os demais estados estão na classificação de "alerta crÃtico" de lotação, segundo a Fiocruz.
- A ameaça de falta de oxigênio hospitalar preocupa autoridades e a população. Seis estados são os mais crÃticos para falta de oxigênio, segundo a Procuradoria-Geral da República: AC, RO, MT, AP, CE e RN. Outros sete estão em estágio de atenção: PA, BA, MG, SP, PR, SC e RS.
- Entidades da saúde estão em alerta para uma potencial crise de desabastecimento dos chamados 'kits intubação'. Medicamentos estão em baixo estoque, e a alta no preço deles chega a 1.700%.
- O ritmo de vacinação no paÃs está baixo, segundo especialistas, e também preocupa. Pela 6ª vez, o governo reduziu a previsão de doses das vacinas a serem disponibilizadas.
O Brasil é o paÃs com o maior número diário de mortes por Covid-19 desde 5 de março, quando ultraou os Estados Unidos. Entre as cinco nações com mais óbitos, o Brasil sempre teve uma média de mortes próxima à de México, Ãndia e Reino Unido.
Desde janeiro, quando o presidente norte-americano Joe Biden tomou posse e intensificou a polÃtica de vacinação, os EUA reduziram drasticamente o número diário de mortes. Enquanto isso, o Brasil ou por considerável piora nos números da pandemia. Hoje, o paÃs tem mais mortes do que todos os 27 paÃses da União Europeia somados.
Escalada de mortes
O registro do primeiro óbito por Covid-19 no Brasil ocorreu em 12 de março. Foram necessários 149 dias para que o número chegasse a 100 mil – marca atingida em 8 de agosto do ano ado.
De 100 mil mortos a 200 mil, em 7 de janeiro, foram outros 152 dias. O ritmo crescente dos contágios visto desde o começo do ano fez com que caÃsse para apenas 76 dias o intervalo até as últimas 100 mil mortes que possibilitaram a marca de 300 mil desta quarta-feira.