Equipamento criado pelos funcionários da entidade possibilitou que os moradores do asilo pudessem abraçar familiares pela primeira vez após início da pandemia. Asilo cria forma de aproximar idosos e familiares com segurança
Os funcionários do Asilo Betânia, em Pouso Alegre, criaram uma forma de possibilitar que familiares e idosos pudessem se abraçar com segurança, o que não ocorria desde o início da pandemia da Covid-19. O ato de carinho foi possibilitado com a chamada "cortina do abraço", que é feita de plástico e metal.
Desde o dia 14 de março do ano ado, os 70 idosos que vivem na instituição não podem receber visitas por conta do novo coronavírus. Antes do equipamento proporcionar o encontro com familiares, eles só tinham contato de maneira virtual.
“É muito emocionante, não temos como mensurar o tamanho da felicidade deles. É um ano e sete meses que estamos fechados, então, eles precisam do toque, do abraço do carinho. Infelizmente, nós todos perdemos. Eles estão muito felizes, tanto a família como os idosos”, destacou a coordenadora do asilo, Mariene de Moraes.
'Cortina do abraço' possibilitou que Marina pudesse ter contato pessoal com o pai Lázaro em asilo de Pouso Alegre (MG)
Ricardo Caroba/EPTV
Reencontro
Maria Isabel Fernandes estava sem poder ver a madrinha, chamada de Bel, desde o início da pandemia. Com a cortina, Maria pode ter contato com Bel, que possui deficiência visual.
“A maior emoção do mundo abraçar a pessoa que você ama. O coração está pulando desesperadamente, uma alegria inexplicável, uma emoção muito grande. Só de ouvir a voz dela, pois ela não me vê”, descreveu Maria.
Maria Isabel reencontro a madrinha Bel por meio da 'cortina do abraço' no asilo em Pouso Alegre (MG)
Ricardo Caroba/EPTV
Marina Pires de Souza pode abraçar o pai, Lázaro de Souza Primo, depois de um ano e sete meses. A pensionista destaca que teve as “forças renovadas” após o contato de afeto com o pai.
“A sensação de saber que eu posso abraçar o meu pai é incrível. Parece que todas as minhas forças foram renovadas no momento em que abracei ele. Creio que tudo isso vai ar e a gente vai poder abraçar um abraço diferente [sem a cortina]”, contou Marina.
“Para mim é uma felicidade muito grande poder abraçar as minhas filhas, poder abraçar as pessoas que não são da minha família. O povo fala que eu sou bonzinho, eu sou é meio bravinho, mas eu tenho muito amor no pessoal”, disse Lázaro, de 82 anos.
"Cortina do abraço" possibilita reencontro de idosos com familiares em asilo de Pouso Alegre
Ricardo Caroba/EPTV
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