Straus Michalsky é morador de Poços de Caldas (MG), mas estava ando o carnaval em Muzambinho na casa dos pais. As quatro araras, Manuela, Gilberto, Dolores e Tadeu, foram soltas por volta 9h, mas não retornaram para casa. O motivo teria sido um casal de gaviões.
"Elas se assustaram com um casal de gaviões que fizeram ninho numa árvore aqui perto e acabaram se perdendo. Faz uns três ou quatro meses que não venho pra Muzambinho. Esta a primeira vez que elas se perdem aqui, mas já aconteceu outras vezes em outros lugares".
Foi então que as buscas pelas araras começaram. Usando técnicas que aprendeu em um curso para treinar aves, um apito para atraí-las e a ajuda dos moradores de Muzambinho, Straus conseguiu localizar as araras depois de 9h. Além de procurar na área urbana, ele rodou pela zona rural da cidade atrás das aves. Horas depois, ele descobriu que elas estavam perto de um posto de combustíveis nas margens da rodovia.
"Dentro da técnica de voo livre no curso que fiz para treinar as aves com um norte americano existe um protocolo de buscas. E foi o que eu usei nas buscas delas, mas como sabia que elas poderiam estar bem longe pedi ajuda para comunidade muzambinhense nessa busca. Fizemos anúncio nas rádios no site da cidade e nas redes sociais. E foi com essa divulgação que o pessoal reportou que elas tinham sido vistas nesse posto de gasolina na beira da estrada a quase 5 km de distância de onde elas voaram".
As Araras: Tadeu, Manuela,
Dolores e Gilberto, na ordem,
se perderam em Muzambinho,
mas encontradas na
tarde/noite do mesmo dia

Nome das Araras: Tadeu, Manuela, Dolores e Gilberto do Tutor Straus Michalsky, morador de Poços de Caldas...
Os primeiros a serem encontrados foram Gilberto, Dolores e Tadeu, por volta de 14h30. Manuela foi a última a ser encontrada, por volta de 18h. Ela estava um pouco mais longe das outras araras, mas apareceu no posto após o chamado das outras aves.
O reencontro foi marcado por muita emoção (veja o vídeo abaixo).
"Todo reencontro é um alívio enorme. Eu confio muito nelas e no treino que elas tiveram. Mas a única variável que eu não consigo lidar nessa situação são os humanos. Já teve gente que tentou roubar elas. Já vi caso de araras que levaram tiros para serem usadas de troféu. Então, quando elas se perdem tenho medo do que as pessoas podem fazer".
Vídeo mostra momento em que tutor encontra araras perdidas em Minas Gerais
Legalizado pelo IbamaCuidar de aves é um hobby do professor de ciência da computação. Em entrevista ao g1, ele contou que sempre foi apaixonado por animais.
Além das quatro araras, ele é tutor de duas jandaias. Todas as aves foram compradas em criatórios autorizados pelo Ibama para comercializar animais silvestres.
Morador de Poços de Caldas
cuida de quatro araras e duas jandaias
"A mais velha é a Manu já está comigo faz 6 anos. Os outros vieram depois. Todas elas vieram filhotes. A Manuela vai fazer 6 anos em abril. O Gilberto e a Dolores tem 4 anos e o Tadeuzinho tem 3 anos".
A paixão pelas aves fez com que o professor começasse a registrar os momentos vividos com as araras. Foi então que surgiu o projeto "Araras Viajantes.
"Eu mostro que esses animais são bem mais complexos que a maioria das pessoas acredita e que eles não devem e nem precisam ficar presos em gaiolas. A gente viaja pelo Brasil sempre que posso. Já viajei mais de 20 mil km com elas e ei por 12 estados do Brasil".
Agora, Straus está fazendo curso de parapente para poder voar com elas.